terça-feira, 2 de abril de 2013

Tróia



Por dez anos os troianos resistiram ao ataque dos gregos. 
Mas acreditaram que o monstro de madeira era um presente 
inocente Teria sido uma guerra da 
cidade de Tróia, no atual território da Turquia, contra várias
 cidades-estados da Grécia, em algum 
período entre os anos de 1 500 e 1 200 a.C.O mito da guerra de
 Tróia resiste ao tempo. 
Passam-se os séculos e a aventura narrada na Ilíada de Homero,
um dos primeiros e maiores 
clássicos de todos os tempos, continua a fascinar gerações. 
Muitos consideram essa guerra e tudo o que a cerca como o ponto
 de partida da história da 
Grécia (Tróia também era conhecida como Ílion, por isso o livro 
se chama Ilíada).
Mas o que o poeta grego, que teria vivido no século 8 a.C.,
 conta na obra? 
Em primeiro lugar, ele não presenciou o conflito. Compôs a Ilíada
 mais de 400 anos depois
com base em relatos orais.
Cena do filme Troia
 O resultado é um enredo de guerra, amor e morte em que
 até os deuses descem do Olimpo para 
meter o bedelho.
Segundo a mitologia grega, quem começou a 
confusão foram três deusas – e tudo por causa da 
vaidade. Durante uma festa de casamento para a qual não
 tinha sido convidada, a deusa da 
discórdia, Eris, disfarçou-se e jogou no meio do salão uma
 maçã de ouro com os dizeres: 
“Para a mais bela”. Ela queria ver o circo pegar fogo.


Hera, Afrodite e Atena começaram a discutir sobre qual delas
 era a mais bonita e, portanto, digna 
de ficar com a maçã. Pediram para Zeus decidir. Ele, muito
 malandro e não querendo se queimar 
com nenhuma delas, disse algo como: “O quê? Tô fora.
 Vai perguntar pro Páris”. 
Páris era filho do rei de Tróia.

As três tentaram suborná-lo. Uma ofereceu glórias militares,
 outra ofereceu sabedoria e Afrodite 
disse que, se ela fosse a escolhida, daria a ele a mulher mais 
espetacular do mundo. 
Adivinhe quem o cara escolheu...
Para cumprir a promessa, Afrodite se sentiu obrigada a ajudar 
Páris a raptar Helena, mulher do rei 
de Esparta.
E lá foram eles para Esparta. Páris visitou Helena, jogou um 
charme e, aproveitando um vacilo do 
rei Menelau, fugiu com ela para Tróia. O traído Menelau,
 todos os ex-candidatos a maridos de 
Helena e mais Hera e Atena ficaram furiosos. 
Declararam guerra e se prepararam para resgatar Helena.

E assim começou a luta. O cerco às resistentes muralhas de
 Tróia durou dez anos. 
Os gregos só conseguiram penetrar na superprotegida cidade
 graças à astúcia de um gênio militar. 
No relato de Homero, quem teve a idéia do famoso cavalo oco foi 
o herói Odisseu. Os gregos 
de Esparta construíram o gigantesco animal de madeira e o
 deixaram na porta da cidade rival.
Os troianos aceitaram o presente imaginando que fosse 
uma proposta de paz. 
Abriram os portões e empurraram o cavalo para dentro, 
sem imaginar que dentro dele estavam os 
melhores guerreiros inimigos. Os gregos mataram os
 sentinelas e escancararam os portões para 
todo o exército entrar. Foi um massacre. É daí que vem a
 expressão “presente de grego”, que se 
refere a algum presente dado com segundas intenções
. Tróia ficou em ruínas. Helena foi levada de 
volta para casa. 
Toda a família real troiana, incluindo Páris, foi morta.


Diane Kruger, como Helena no cinema
Helena - a mais bela das mulheres.


 Helena teve uma filha com Menelau, Hermíone.
Numa viagem a Esparta, Páris encontra a princesa
 Helena, que está casada com Menelau, irmão 
de Agamenon, filhos de Atreu, rei de Micenas.
 Após nove dias entretendo Páris, Menelau, no 
décimo, parte para Creta, para os rituais fúnebres
 de Catreu, seu avô materno. Helena e Páris 
fogem para Troia, abandonando Hermíone, então 
com nove anos de idade; Menelau, Agameon, 
Aquiles e outros reis Juntam-se numa guerra contra Troia
. E vencem a guerra Existem várias 
versões sobre o seu fim. Segundo Pausânias, após
 a morte de Menelau, ela foi expulsa do reino 
pelo seu enteado, Nicostrato. Foi morar com a rainha 
Polixo de Rodes, que fingiu ser sua amiga mas
 queria vingança pela morte do marido Tlepólemo.
 Quando Helena estava tomando banho, 
a rainha mandou as servas vestidas de Erínias a enforcarem.
Helena,cenas do filme


 Já no fim do século 19, pesquisas conduzidas na
 Turquia levaram à descoberta de Tróia, não muito
longe de Istambul.
Sobre suas ruínas havia escombros de outras nove
 cidades erguidas no mesmo lugar.
A existência da cidade estava, então, comprovada
. Recentemente, novas escavações fizeram mais revelações. 
“Esqueletos humanos, inscrições de cerâmica e as próprias
 muralhas da cidade
comprovam que Tróia foi atacada diversas vezes em um 
curto período de tempo, vindo a sucumbir completamente”
, conta o arqueólogo Manfred Korfmann, líder de uma 
equipe de 350 especialistas
que vem esmiuçando a região desde 1993.
Segundo o arqueólogo, a descoberta de antigos muros
 que cercavam a cidade, além de cerâmicas
que reproduzem o formato das muralhas, indicam que
Tróia foi um local muito importante e um
possível alvo de potências emergentes.

Professor da Universidade de Tübingen, na Alemanha,
 Korfmann também sai em defesa de Homero. Segundo
 ele, o poeta grego descreveu corretamente a geografia local.
“Não existe nenhum registro arqueológico que contradiga
 a percepção de que Tróia e a região ao
redor da cidade formaram o cenário histórico da Ilíada”, 
diz o arqueólogo.
“Tudo sugere que o poeta deve ser levado a sério. 
Seu relato do conflito militar entre gregos e
troianos é baseado na memória histórica dos eventos.”

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